A Quinta da Comenda tem uma aura especial, por nos encontrarmos num lugar de uma
riqueza extraordinária sob o ponto de vista histórico. Em 1143, Dona Tareja, mãe
de D. Afonso Henriques, doou a Comenda ao seu irmão D. Raimundo. Anos mais
tarde, depois da batalha de S. Mamede contra a mãe, D. Afonso Henriques teria
permanecido uma temporada nesta quinta, mais tarde administrada pela Ordem de
Malta. Depois da extinção das Ordens Religiosas em 1834 e com a República,
acentuaram-se as dificuldades para uma exploração adequada das terras, o que deu
origem a uma progressiva degradação do património construído.
Este ciclo só
terminou com a compra da quinta em 1984 pelos actuais proprietários, que encontraram a Quinta da Comenda num estado de
degradação quase completo. Foi preciso restaurar a parte arquitectónica da casa
mantendo a traça original e primitiva, e, recorrendo a livros antigos e às
informações das pessoas da região, chegaram ambos à conclusão que desde sempre
se tinha cultivado ali um vinho extraordinário, o vinho de Lafões. Procuraram
então reconverter a parte agrícola, utilizando um principio mais moderno, e
tomaram-se pioneiros na agricultura biológica, até ali desconhecida na região.
Em dez anos de muito trabalho e de um forte investimento de toda a família, a
quinta tomou-se numa unidade-modelo deste tipo de agricultura e, hoje, a
propriedade tem 38 hectares de culturas biológicas.
A Quinta da Comenda tem
um ambiente extremamente acolhedor. Os tanques, as sombras, as fontes e os
jardins convidam à reflexão e à contemplação, fazendo desta casa um lugar
realmente especial, para descansar e sonhar.