Esta casa do século XIX tem as características das grandes casas de lavoura da
região. Foi construída pelo engenheiro Garrelon, um francês que fazia parte da
equipa do engenheiro Eiffel, quando este veio ao nosso pais para executar várias
obras de engenharia encomendadas pelo Governo português. Uma dessa obras foi a
construção da linha do Oeste, que saia do Rossio e ligava o Cacém à Figueira da
Foz, passando por Óbidos e Caldas da Rainha. O engenheiro Garrelon veio para
chefiar a construção dessa linha e ficou a viver nesta casa, conhecida
antigamente como Quinta de S. José. A linha de caminhos-de-ferro foi construída
separando a quinta em dois, e hoje em dia, de vez em quando, o silêncio é
cortado pelo ronronar das locomotivas e vagões que passam ao longe, atrás da
casa.
A casa e a quinta ficaram sempre na posse da família Garrelon, até
meados dos anos cinquenta. Quando os actuais proprietários, Fernando e Leonor
Sarmento, compraram a quinta há cerca de três, quatro anos, a casa estava
bastante arruinada e nas terras cresciam matagais. Foi necessário reconstruir a
casa praticamente de raiz, sobretudo porque, entretanto, tinham sido feitos
acrescentos que em nada embelezavam a casa. As obras demoraram cerca de dois
anos, e a preocupação dos novos donos foi não exagerar nos efeitos
arquitectónicos, mantendo os traços de casa rica de quinta, o que foi, sem
dúvida, conseguido.
A propriedade fica situada numa região de grande beleza,
com as praias de Peniche, do Baleal e da Foz do Arelho por perto, o que não
deixa de ser simpático no Verão. De Inverno, além do repouso e do bem-estar
proporcionados pelo campo, a proximidade de Óbidos permite juntar o útil ao
agradável e partir à descoberta desta belíssima vila.
RNET n.º 304 - Turismo de Habitação